quinta-feira, 10 de março de 2011

Dor crônica é doença. E precisa ser tratada!


Equivocadamente aceita como conseqüência natural de um trauma,de uma doença ou do envelhecimento, a dor, quando persistente, pode se tornar a própria doença.

De forma geral, a dor é um sinal de alarme do organismo. Quando há algo errado, ele reage disparando um estímulo para o sistema nervoso central, dando o aviso. Mas um alarme só é bom se pode ser desligado. No caso da dor, isso se faz corrigindo a origem do problema. Dores – mesmo as agudas, causadas por lesão, cirurgia ou traumatismo – têm começo, meio e fim. Se isso não acontece, a dor vira crônica, torna-se a própria a doença. Dores diárias ou intermitentes, que duram de três a seis meses ou mais, são consideradas crônicas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 30% das pessoas sofrem de dor crônica. O mal pode estar associado a processos dolorosos crônicos, como hérnia de disco, atrite, artrose e câncer, dentre outros. Mas também pode ser gerado ou intensificado por uma espécie de curto circuito no sistema de alarme do corpo, que cria uma memória da dor, fazendo com que ela ocorra independentemente daquilo que a ocasionou.

A dor crônica afeta a qualidade de vida das pessoas, atrapalha ou impede atividades rotineiras e pode desencadear problemas como depressão, ansiedade e estresse. Também pode prejudicar os sistemas imunológico, cardíaco e respiratório e produzir alterações na pressão arterial e na capacidade motora. Além disso, quem tem dor crônica tende a não se alimentar bem, dorme mal e prejudica suas relações sociais. São condições que propiciam novas doenças.

Dores diárias ou intermitentes, que duram de três a seis meses ou mais, são consideradas crônicas.

O que fazer? O primeiro passo é rejeitar a ideia de que sentir dor é normal porque faz parte de um processo crônico, de cura ou de envelhecimento. Todo tipo de dor – aguda ou crônica – requer atenção médica. Quando não pode ser curada, a dor pode ser tratada. Quando não pode ser eliminada, pode ser minimizada.

Mesmo no meio médico, a questão da dor é às vezes relevada – seja porque ela é considerada inerente à doença ou ao procedimento realizado, ou não há causa evidente para sua manifestação, ou até porque a dor é subjetiva, varia de paciente para paciente. Ainda que não se identifique uma causa, a atitude correta é: se a pessoa diz que tem dor, a dor existe. Alguns hospitais, além de contar com uma equipe especializada para tratar do problema, reconhecem a sua importância incluindo a dor como o quinto sinal vital, monitorado ao lado de pressão arterial, pulso, respiração e temperatura. Com base em uma escala, o próprio paciente atribui um grau à intensidade da sua dor para que a equipe possa programar os melhores cuidados para cada caso.

É ampla a gama de recursos para tratamento. Entre os medicamentos, estão os analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos e opioides (que, embora provoquem temor em leigos, não geram dependência quando adequadamente ministrados). Somam-se a eles técnicas de fisioterapia, laser, acupuntura, massagens e outras. Nos dias de hoje, só uma coisa pode fazer uma pessoa continuar sofrendo com a dor: a crença de que ela é simplesmente sintoma de algum outro problema e, portanto, normal. Sentir dor não é normal. E, de maneira crônica, é doença – que precisa ser tratada como qualquer outra.

Texto do site: Hospital Einstein.

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